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quinta-feira, maio 17, 2007

Apreciar boa música

Aqui há uns dias atrás, este vosso amigo (ou inimigo, depende...) estava em amena cavaqueira com uns conhecidos, enfim, conversa de café aqui ao lado do estaminé, e então o paleio resvala para a música. Estilos, canções, cantores, grupos, essas coisas... E então lanço eu "digam o que disserem, mas o melhor grupo de todos os tempos, para mim, é, sem qualquer dúvida, Pink Floyd... e mai'nada!". Alguns acenaram com a cabeça afirmativamente, mas um discordou. Claro está que discordou por breves momentos, porque levou um tiro... e agora já não discorda mais sobre o que quer que seja. Sim, que nestas coisas, um gajo tem de se afirmar como detentor da verdade absoluta, nada de permitir dissidências. Mais ou menos como o saudoso Professor Eduardo dos Santos, um dos pouquíssimos portugueses que foi, de facto, espião do KGB, e que, durante algum tempo, fez de arrais numa traineira ao largo das costas australianas, onde recolhia sinais. E dizia ele, quando confrontado com a acusação de ser intransigente: "Quê?! Estalinista? Eu?! Nada disso... mas lá em casa, até o cão e o gato são comunistas!". Um bem-haja para si, Professor, onde quer que esteja.
Ora, dizia eu que Pink Floyd "rulam", e é verdade. Enfim, pode-se falar dos Beatles, dos Rolling Stones, dos Led Zeppelin, dos Jethro Tull, etc., etc., etc., mas isso não nos leva a lado nenhum. Nenhum deles conseguiu criações de grande profundidade como os Pink Floyd.
Eu cresci com os Pink Floyd. Guardo nas minhas memórias mais íntimas as sonoridades dos seus temas. E confesso que uma das pouquíssimas coisas que ainda faz emocionar este coração empedernido de predador e genocida é o "Comfortably Numb"; há muitos temas de excelência, mas este, queridas putinhas e caros berlins do caralho, este está acima de todos. A canção da minha vida? Mas está claro que sim!
E ainda poderia dizer muitas mais coisas sobre isto, mas não me apetece, porque a vida são só dois dias, e o relógio não pára.

Portanto, assim se vê que um gajo pode ser mau como as cobras, e, ainda assim, apreciar boa música.


Portem-se bem

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